Havia uma campanha nas Casas Sendas que se chamava Rosadinha. Se o selo da Rosadinha estivesse colado no produto ele receberia desconto. Não falhava.
O Extra, sob nova direção, adotou a Rosadinha dando-lhe novo nome: Preço Zero!
E foi no Extra que tudo aconteceu. Estava eu procurando achocolatado de mãos dadas com Pedro. De repente quero continuar mas não consigo: ele está parado e olha um cartaz, fazendo uma carinha de contrariado.
Percebendo que eu parei também, Pedro falou:
"Olha mãe, eles dizem que é Preço Zero. Mentira, nada aqui é preço zero, deveriam colocar pelo menos R1,00 no preço."
E eu expliquei:
"Parece que eles estão tentando dizer que te darão a mercadoria de graça se você comprar um montão de outras mercadorias."
Mas acho que ele não se conformou.
Quando chegamos no caixa ele falou para a atendente:
"Ei, vocês não deveriam colocar esses cartazes, não é Preço Zero, sabia?"
E a moça respondeu:
"É sim, é só estar com a etiqueta."
Foi quando tentei explicar:
"O que ele está falando é que a gente não pode entrar aqui, pegar um carrinho, enchê-lo de produtos do tipo PREÇO ZERO e levá-los para casa. Então ele acha que o nome Preço Zero para a campanha não é certo."
A moça ficou meio contrariada, mas ele continuou:
"Sabia que o lugar onde você trabalha está mentindo?"
Talvez por ter apenas cinco anos Pedro não tenha escolhido as palavras mais gentis mas certamente o que discutia ali tinha um só nome:
Sócrates: o Pai da Ética |
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