quinta-feira, 3 de novembro de 2011

'Um Papo sobre Alfabetização' em festa!

O primeiro texto que escrevi sobre a alfabetização de Pedro é, sem comparação, o mais lido do blog. 

Em breve o post  'Um Papo sobre Alfabetização' completará 2.000 leituras.

Sempre fiquei curiosa em saber o que tem levado tantas pessoas a lerem este texto. 

É engraçado porque, apesar de tão lido, o texto não recebeu nenhum comentário- crítica ou elogio.

Bem, a curiosidade vai continuar comigo, quem sabe um dia eu desvende esse pequeno mistério.

De qualquer forma, é sempre gratificante para quem escreve saber que tantas pessoas leram as suas letrinhas...

E para comemorar, trago para cá um texto que escrevi há algum tempo sobre analfabetismo funcional. Escolhi este texto porque no final há uma história que faz parte de minha memória afetiva. É um "causo" de família.

Então é isso. Beijos e obrigada por lerem o Mãe de Criança Cientista"!


Anafabetismo Funcional



O conceito de analfabeto funcional é dado pela UNESCO como o de uma pessoa que, mesmo sabendo ler e escrever frases simples, não possui as habilidades necessárias para satisfazer as demandas do seu dia-a-dia e se desenvolver pessoal e profissionalmente, ou seja, não consegue redigir mensagens, compreender pequenos textos, fazer uso social da escrita e da leitura, além de fazer pequenas operações matemáticas. O analfabeto funcional teve, assim, contato com alguma metodologia de alfabetização, mas seu grau de alfabetização não lhe permite exercer funções básicas nas sociedades modernas. Também é incluído nesse grupo a pessoa maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos.Hoje, porém, já se sabe que essa segunda definição não é muito precisa, porque existem analfabetos funcionais com nível superior de escolaridade.


Exemplos de analfabetismo funcional são vários e envolvem as tarefas corriqueiras da vida como responder a um questionário numa entrevista de emprego, cozinhar a partir das intruções dadas por uma receita, ler um livro, uma revista, um jornal e compreender o sentido desses textos, compreender as instruções de um manual, entender o que diz uma bula de remédio, entender os dados de uma conta de luz, água, entre tantas outras situações que se apresentam no dia-a-dia. 


Recordo de algumas situações cotidianas em que presenciei essa dificuldade ou total impossibidade de compreensão. Lembro-me, por exemplo, de diaristas, que não conseguiam transmitir um recado telefônico, principalmente se fosse preciso anotá-lo; da vizinha que não conseguia descobrir porque o liqüidificador novo não funcionava, também não entendia o que o manual dizia, então não sabia que bastava colocar a tampa, para depois ligar o aparelho; do vizinho que pediu que comprassem uma revista de palavras-cruzadas e que quando recebeu a mesma mostrou-se indignado porque esperava receber uma revistinha de caça-palavras, e não “essa coisa difícil” e do porteiro que entendeu mal o aviso no quadro de luz do prédio e acabou se acidentando. 


A última lembrança é de um parente querido:sua esposa tinha que ir à rua mas resolveu adiantar o almoço deixando a galinha no fogo. Ela gritou para o marido que estava em outro cômodo: “Fulano, vou sair mas não demoro. Olhe a galinha pra mim.” Ele respondeu de pronto: “Tá bom!” Por precaução, resolveu escrever um bilhete que deixou na cozinha : “Fulano, olhe a galinha”. Quando a esposa voltou para a casa, sentindo um cheiro forte de queimado, perguntou irritada: “Fulano, você leu o bilhete?” E ele respondeu: “Li, por isso que eu estou esse tempo todo aqui no quintal à toa, olhando as galinhas ciscarem!.”.

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