2007: Ingresso na 1ª escola
Pedro iniciou a sua vida escolar com 1 ano e meses.
Foram apenas 6 meses de escola, interrompidos por bronquites, sinusites e rinites.
Já aqui a psicóloga da escola chamou-me para relatar que Pedro era insubordinado e que não aceitava bem o trato dado pelas cuidadoras.
Dava-se muito bem com a professora.
Dois anos após ter saído da escola, quando a encontramos na rua ele perguntou: "Mãe, porque ela me tratava tão bem? Ela era uma boa professora!"
2008: Ingresso na 2ª escola
Pedro foi matriculado numa escola com metologia socioconstrutivista.
Ficou lá 2 anos.
Apesar do afeto que sentíamos por todos retiramos porque passamos a achar que estava incontrolável, respondão, achando que não precisava da orientação de ninguém para nada.
A psicóloga nunca nos chamou. Eu é que, no maternal, pedi uma entrevista para falar sobre tapas na escola, mordidas, esses temas de maternal.
Com a professora do Maternal I cheguei a falar sobre a superdotação que supunha que Pedro tivesse. Também falei sobre a SD de meu marido e ela disse: "Seu marido é nerd, é?". Só faltou dizer, que azar que você deu!
No fim de 2009 recebi um relatório que dizia que Pedro, a partir do 2º semestre passou a não mais respeitar a professora.
Mas aí, as aulas já tinham acabado. Por que não me avisaram antes?
2010: Ingresso na 3ª e na 4ª escola
Pedro Iniciou o ano na 2ª escola, mas após relato de outros pais sobre o comportamento de seus filhos somados ao relatório no apagar das luzes, decidimos retirá-lo.
Até aqui não associávamos a inteligência de Pedro aos problemas comportamentais.
Achávamos que precisava de mais disciplina, matriculando-o em um colégio marista.
O efeito foi reverso: a diminuição de diálogo na escola e aumento da cobrança fez Pedro reagir com violência.
Enfrentou uma severa situação de bullying. De forma tão inacreditável que estou escrevendo um livro sobre esses 30 dias que abalaram a infância de meu filho.
Por ser impossível continuar no colégio marista após os 30 dias resgatamos nosso filho de lá.
Ficou quase 2 meses em casa, depressivo.
Matriculamos ele em um colégio menor. Que atende até o 1º ano.
O início foi muito difícil mas o final foi emocionante.
Pedro considera a professora desse período uma amiga maravilhosa.
Aliás, todos nós somos fãs da educadora que mais conheceu nosso filho até hoje.
Com essa escola pude conversar abertamente sobre a superdotação. Fui muitas vezes até lá.
Com a mudança de ano, nova professora. Os problemas começaram a aparecer: Pedro só reclamava, dizia que ela era mandona.
Por fim a escola disse que Pedro não estava feliz lá e que ser o que ele precisa implicaria em mudar a própria metolodologia da escola, que é sócio-construtuvista! Disse que do jardim 2 para 3 a escola vai se transformado em tradicional e que Pedro não se adaptaria.
Tenho que ser justa com esta escola. Lá pude falar sobre a superdotação de uma maneira mais livre. Sem dúvida foi a escola que esteve mais aberta ao tema.
2011: Retorno para o 2º colégio
Após a informação de que Pedro estava infeliz (ou de que ele estava sendo convidado a sair, como quiserem interpretar), nós o rematriculamos naquela que foi a sua segunda escola.
O motivo dessa escolha formam muitos: Pedro pedia para voltar, já estávamos mais a par da superdotação e imaginávamos que precisava de mais estímulos mentais, o que há nessa escola.
E é lá que ele está hoje. Mas não está bem.
Ele diz que a escola não é mais a mesma.
A escola diz que ele está deprimido porque reclama da aula e da professora.
Ele diz que detesta a professora.
A escola diz que a professora é um doce.
Mas a questão é muito maior que isso.
Informei à escola que estávamos avaliando a superdotação.
A escola sugeriu que seria melhor procurar um psiquiatra e um neurologista, e, indo além, a profissional que me atendia recomendou que eu procurasse um analista para mim.
Pais, diante disto, têm que exercitar alteridade e muita calma.
Alteridade porque pode ser uma falha de formação profissional da pessoa que nos está atendendo e cuidando de nossos filhos, ou pode ser a contingencia de ter que obedecer uma orientação superior para manter o emprego, o salário, a fonte de sustento (o que é muito grave considerando moral e ética, mas é a realidade).
Calma porque o serviço de ensino oferecido pela iniciativa privada não é inspecionado por nenhuma esfera de governo. É uma situação de total "laisser faire". Não há a quem recorrer, e via que resta, a judicial, é vagarosa enquanto crianças se desenvolvem rapidamente.
Pais, diante disto, têm que exercitar alteridade e muita calma.
Alteridade porque pode ser uma falha de formação profissional da pessoa que nos está atendendo e cuidando de nossos filhos, ou pode ser a contingencia de ter que obedecer uma orientação superior para manter o emprego, o salário, a fonte de sustento (o que é muito grave considerando moral e ética, mas é a realidade).
Calma porque o serviço de ensino oferecido pela iniciativa privada não é inspecionado por nenhuma esfera de governo. É uma situação de total "laisser faire". Não há a quem recorrer, e via que resta, a judicial, é vagarosa enquanto crianças se desenvolvem rapidamente.
Sugeriu ainda que, como Pedro se recusava a entrar na sala, que eu deixasse de levá-lo e pegá-lo, colocando-o na transporte escolar.
De tudo isto o que fiz foi a última coisa.
Depois de quatro encontros já sabia o que a escola tinha feito com os superdotados que por lá passaram: dois foram para tratamento psicológico, um para ser menos tímido, outro para ser menos agressivo e o terceiro mudou de escola.
Está no São Bento. Rezo por ele depois das últimas notícias.
Aliás, fatos que não são novidades para quem é carioca.
No último encontro a escola mostrou-se disposta a fazer uma parceria.
Propôs que eu leve Pedro a um neurologista, que eu leia o livro novo da Tânia Zaguri e que a psicóloga ensine Pedro a ter limites.
E você deve estar se perguntando: mas e a superdotação? O que a escola fará quanto a isto?
Por enquanto ainda não me foi apresentada nenhuma proposta para Pedro.
O que parece é que a escola ainda não se comprometeu com a questão central, que é a superdotação. E enquanto isto não for feito, a escola para ele continuará sendo algo muito ruim.
Parece confuso? Mas este é o resultado, talvez, da nossa falta de informação. Até mesmo das garantias legais destinadas a essas crianças.
Depois de cinco anos, somente agora, vamos começar a tomar providências para que os direitos de Pedro sejam respeitados.
Parte 2
Parte 2
http://www.fnl.org.br/?p=1208&language=pt |
Legal você compartilhar a trajetória escolar do Pedro. Tomara que tudo se resolva para que ele fique bem e feliz na escola! Meus filhos também mudaram várias vezes de escola. Beijo
ResponderExcluirHoje levaremos o relatório à escola. Darei notícias.
ResponderExcluirSeu filho tá em q série agora? Ele tem 5 anos né?
ResponderExcluirGraças a Deus minha filha deu sorte com a escola, qt mais ouço falar de escolas grandes e pomposas, mas fico feliz por ter optado no momento de ter colocado minha filha em uma escola humilde, mas onde o ensino é super forte, as professoras compreendem os alunos e a diretora conhece todos os alunos pelo nome.
Minha filha ainda n foi diagnosticada com SD, pois tem apenas 2 anos e 8 meses, mas a escola já percebeu, principalmente a professora, q ela tem uma inteligência acima da média e a permitiu cursar o jardim esse ano, mesmo tendo alunos da mesma idade q ela cursando o maternal. Espero q vc tenha a sorte de um dia encontrar uma escola q compreenda seu filho, e espero q isso seja logo.
Oi N@nd@. Ele está no Pré II (Antigo Jardim 3). E, realmente a escola dele não é pequena. Você me fez refletir, sabia?
ResponderExcluiré... eu sempre tive a mentalidade de q educação infantil n precisa ser feito em colégios grandes, já q o principal é a adaptação e a sociabilidade. Sem contar q em colégios pequenos, as professoras geralmente dão mais atenção as crianças, claro q isso n é regra. Eu estudei do jardim ao ensino fundamental todo em um colégio pequeno e sempre me senti muito acolhida e nem um pouco desprovida de ensino, pelo contrário, qd fui pra um colégio grande no ensino médio, achei o colégio super fraco e com professores super despreparados.
ResponderExcluirGosto do clima hospitaleiro do colégio de Júlia. Tem vários colégios grandes perto da minha casa, mas esse é mais perto. E Jú sempre encontra os coleguinhas na rua, no mercado, na farmácia, e ela adora isso... acho q ela n teria isso nos colégios mais afastados.
Oi Paula! Cheguei ao seu blog através da comunidade de Pais de Superdotados do Orkut. Legal você compartilhar a trajetória escolar do Pedro. Fiquei triste pelo tanto de dificuldades que ele, tão pequeno, já passou. Acho que tive muita sorte com o Italo que estuda em escola municipal desde os 4 anos. Como minha filha mais velha já havia estudado lá eu conhecia a Equipe e quando ele começou a frequentar a escola eles já sabiam da probabilidade dele ser PAH. Ano passado consegui fazer o diagnóstico dele na própria rede municipal e este ano ele foi acelerado para o 3º ano do Fundamental.
ResponderExcluirVou acompanhar suas histórias a partir de agora e estou te linkando no meu blog. :)
http://maeyz.blogspot.com
Oi Viviane.
ResponderExcluirObrigada pelas palavras. AS experiÊncias com essas crianças são tão variadas que merecem ser narradas para desmistificar a idéia de que é tudo fácil. É o que eu acho.
Tô indo te visitar agora no seu blog. Até já!